quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

domingo, 9 de novembro de 2014

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

terça-feira, 30 de setembro de 2014

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VISTA CANSADA



Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.

Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.

Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.

Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
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de Otto Lara Resende
Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OLHARES QUE SERPENTEIAM

olhares tortos são olhares inquietos, que já não se satisfazem com o macro
serpenteiam pela escuridão dos dias em busca da luz que as coisas tem, quando vistas de perto, quando compõem com outras, quando se transformam em arte aos nossos olhos

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

_você viu meu chinelo?
_ você tem um?
_ comprei hoje, veja no meu pé
_ desde quando você pinta as unhas uma de cada cor?

domingo, 3 de agosto de 2014

o que é novo na vida é o olhar que damos a ela naquele momento
olhares tortos são fragmentos, detalhes, que nos fazem enxergar as células da poesia.
a poesia está nos olhos de quem vê. 
e olhares se acordam.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

sexta-feira, 6 de junho de 2014

GUARDA-CHUVA



As coisas vistas em planos muito próximos revelam seu padrões gráficos interessantes e inusitados.

LUZ E SOMBRA


TELA PRONTA




 A verdade da foto ou a edição que a valoriza?
papocosturado.blogspot.com. 
o
olhar
nos
pega
na
curva

sexta-feira, 30 de maio de 2014

ARQUITETURA DO OLHAR


essa é a fotografia invertida de um canto de parede com sombras projetadas. 
o olhar recorta uma imagem que mereça ser trabalhada e o computador simplifica os traços.
ilustra um pouco o conceito deste blog, onde se pretende encontrar recortes interessantes em qualquer coisa, em qualquer espaço. 
os olhos passam a procurar os detalhes, os enquadramentos interessantes.  
o exercício se expande com escutar recortes de conversas, mixá-las, integrar outras interferências sonoras... 
o olhar inquieto nos faz mágicos.
qualquer coisa que é vista no detalhe fica muito interessante

quinta-feira, 22 de maio de 2014

o trabalho do artista é ver o mundo

quinta-feira, 20 de março de 2014

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014